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O amor à escravidão

  • questaodeopiniao
  • 19 de jul. de 2013
  • 2 min de leitura

Sempre quando pensamos em evoluir pensamos em algo melhor, porém algumas pessoas que olharam para o futuro viram na “evolução” uma situação perigosa de domínio da liberdade individual por governos totalitários, todos esses governos sempre “lutando” em nome do controle social perante o caos que a sociedade poderia se tornar se viesse a crescer sem nenhuma forma de contenção. Uma dessas pessoas foi Aldous Huxley e em seu livro Admirável mundo novo ele mostra como seria essa sociedade que alguns dizem ser utópica, porém ao analisar a passagem “...o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar”. Em Admirável mundo novo nasce o seguinte questionamento, será que os condicionamentos citados para embriões não estão sendo realizados em nossa sociedade pelo nosso modelo econômico e forma de consumo? Será que não estamos condicionando nossas crianças para que aprendam que a “felicidade” está no consumo? Já treinamos um ser-humano para que viva não com o intuito da realização pessoal, mas sim, para que busque ter condições de consumir mais e mais de tal forma que apenas o consumo a satisfaça? Será que a condição utópica do escravo que ama a sua escravidão já não é realidade em nossa sociedade?

Pense na grande maioria das pessoas, vivem somente para conseguir sobreviver. Trabalham pela manhã para conseguir comer à tarde, terceirizam a criação das crianças para os desconhecidos ou para as escolas, renegando muitas vezes uma educação familiar de princípios. Não fazemos isso voluntariamente, fazemos por necessidade de sobreviver neste sistema econômico e social.

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E se falarmos de politica? Será que as pessoas “normais” que possuem família, casa, trabalho e estudo, conseguem se dedicar à politica? Jamais! E esta é a ideia, deixar que uns poucos (políticos) decidam o que acham ser melhor para a vida da maioria do povo e nós nem ao menos conseguimos perceber isso! Decidem sobre como deve ser o modelo educacional, o sistema de saúde, a segurança e chegam até a nossa liberdade individual, porém a rotina não nos permite perceber que tais coisas estão ocorrendo e normalmente quando a vemos já é tarde demais ou estamos ocupados demais para fazer algo!

Talvez a utopia do escravo que ama a sua escravidão não esteja tão longe (se é que ela já não chegou), nós estamos vivendo neste sistema que nos escraviza não permitindo que possamos tomar conta de nosso futuro, nos obrigando a sobreviver neste sistema, porém amamos a “liberdade” de comprar e consumir, mesmo que isso signifique entregar a liberdade de criar nossos filhos mais próximos de nossos valores, de uma alimentação mais saudável e não industrializada, nossa liberdade de admirar o simples e gratuito. Infelizmente sem perceber entregamos as demais liberdades em troca de uma escravidão do consumo!


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